22 de mai. de 2017

22-05-2017


Sei que às vezes parece que somos espectadores, vendo nossa própria vida passando diante dos nossos olhos. Não sabemos para onde ela está indo, sabemos que de certa forma não fazemos parte, por que o que ecoa dentro de nós é diferente do que assistimos.
Me pergunto como sincronizar? Alinhar? Ainda não sei, sei que nossos sonhos tem um papel fundamental nisso. Dizem que “não importa como morremos, mas sim como vivemos”, concordo de certo modo com isso, morte é morte, é o fim de um ciclo pelo qual todos passaremos cedo ou tarde.
É importante deixarmos algo aqui que valha a pena, que sirva para alguém, se nossa existência tiver sentido para ao menos uma, uma única pessoa, acredito que não vivemos em vão. E penso além, se tivermos a sorte de deixarmos algo bom, algo que faça com que o mundo fique um pouquinho mais suportável, então fomos grandes.
Não temo a morte, temo não ter vivido tudo que eu gostaria, temo não me arriscar o bastante, temo ter sido infiel a mim e aos meus sonhos.
O amor é algo difícil, dizem que é lindo que é fácil, mas nem sempre é, na maioria das vezes passamos a vida aprendendo a amar de verdade, é quando descobrimos que tantos “eu te amo” foram ditos em vão, sim, em vão. Se não aceitamos o outro inteiramente, se queremos adequá-lo aos nossos moldes, amamos a postura, a atitude, a etiqueta, não a pessoa. Todos nós somos mais fortes e mais fracos do que pregamos. Mas assim como o amor, leva tempo para enxergar tudo do jeito certo, e no final descobrimos que tudo é só um jeito, jeito de ser, jeito de amar, jeito de se guardar.
É necessário alguns saltos no escuro para lembrarmos que só se vive esta vida uma vez. E ela clama por instiga, intensidade, amor, precisamos despertar...

Karlinha Ferreira