22 de mar. de 2013

Madrugada na cidade




John Steinbeck escreveu certa vez que ele gostaria de saber a natureza dos pensamentos noturnos, pois pensava serem estes parentes próximos dos sonhos.

Eu amo a madrugada, ela sempre me deixa mais sóbria, mais em conexão com o universo, as luzes da cidade, a calmaria, a sensação de liberdade que parece ser tragada durante o dia é devolvida pela noite.

Penso nos desastres cometidos pela minha falta de cautela, pelo fato de me superestimar demais diante de determinadas situação, penso nas mudanças que minha alma clama para que aconteça, pelas mudanças que meu espírito necessita, no entanto não as faço. Durante o dia nem eu lembro de tudo que precisa ser feito, mas a noite trás uma consciência que é minha, mas que ás vezes é abafada, então ouço sussurros ao olhar para as luzes da cidade “descubra quem você é e aceite isso, para que os outros não possam usar isso contra você, descubra e aceite”.

Com a noite vêm às alegrias das boas ações, o sossego de uma alma que desfruta do contentamento de uma consciência tranquila. Com o silêncio da noite também vêm os porquês das atitudes mais vãs, o porquê de se magoar a quem se ama e descontar no mundo minha ira pela minha incompetência de não poder mudar.

Às vezes sinto-me impotente, mas ao olhar as estrelas penso que meu limite está longe de ser encontrado e que posso ser o que eu quiser, desde que eu descubra quem sou e quem pretendo ser.

Karlinha Ferreira