31 de jan. de 2016

2016


O ano começou estranho, 3 mortes em menos de um mês, três pessoas conhecidas, não vou incluir aqui pessoas que eu não conhecia, pois não saberia falar com propriedade.
Três pessoas se foram, um assassinato, um infarto e um suicídio. Tudo isso me entristece sobremaneira, sei que “viver é Cristo, morrer é lucro”, mas se as pessoas forem sinceras, ninguém quer realmente morrer, todos querem ver seus sonhos se concretizando. Querem ver seus filhos, netos, querem prosperidade, felicidade, acredito que é o que todos procuram.
Algumas pessoas podem apontar para a pessoa do suicídio, eu poderia jurar que das três a que mais gostaria de ser feliz seria esta. Ninguém acaba com a vida porque quer, ninguém quer realmente morrer, algumas pessoas simplesmente não sabem como lidar com o sofrimento, e a única forma que encontram é a morte. Sinceramente não estou preocupada com o que diz textos sagrados de um milhão de religiões diferentes, só me preocupo com a condição humana. E em como estão se sentindo.
Gostaria de não me importar com nada disso, de não ligar para esse mês. Mas está sendo bem difícil de digeri-lo. Mesmo sem ter amizade de fato com a maioria, mas eram pessoas do cotidiano, que cresci convivendo, que já troquei uma ideia, ou tomei umas cervejas, ou fui para algum culto dirigido por ele.
Estou cansada de ver tanta gente indo embora, quando começa um novo ano sempre pensamos no que poderemos conquistar, esse ano está como um tapa para no advertir do que podemos perder, não sei se a ideia é que valorizemos mais o que já temos, ou que realmente sintamos essa dor rasgando nosso peito e dilacerando a nossa alma, duas dessas pessoas eram poucos anos mais velhas que eu. Estou sendo atingida de maneira brutal.

“...a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.” (John Donne)

Karlinha Ferreira