24 de dez. de 2013

Meu Natal tem nome


Natal é sempre época de espera, é como se todos se preparassem para esta data. Natal é época das boas ações, época de generosidade, de presentear e se confraternizar com todos que você ama ou odeia.
Mesmo com o arsenal de hipocrisia e humor que giram em torno do natal, aprendi com a minha mãe a me deixar levar pelo espírito natalino, a ser melhor, ao menos naquele mês, a não brigar com meus irmãos porque Jesus ficaria triste, e de certo modo a magia vinha, acontecia porque na casa havia alguém que assim acreditava, e acreditava com tamanha veemência que as coisas simplesmente iam tomando cor, e ficando singelas...
Dizia minha mãe: - Vamos montar a árvore! Não, assim não, pega o papai Noel... Que lindo! Coloca o Cd do Cid Moreira, não, esse não aquele que é do natal... Sim, sim, esse, esse! A casa tem que está cheia das coisas de Deus!.
E assim cresci, e hoje, não mais morando com ela, e nem meus irmãos, sinto falta, bem como meus irmãos também o sentem, e declaram a saudade por telefone ou através das redes sociais.
Natal é sinônimo de lar, de amor fraternal, aquele que normalmente recebemos quando ainda muito pequenos, esse espírito, que talvez nem exista na verdade, mas por minha mãe acreditar ele existe, existe e move o mundo, move e melhora a energia do mundo, porque de uma cidadezinha no interior do nordeste, alguém realmente ama e faz o bem simplesmente porque é natal, e porque aprendeu que é o certo.
Minha mãe poderia substituir para mim facilmente a imagem do “papai Noel”, ela é real e traz um mundo mágico para o mundo real, sem se preocupar se é possível ou não, ela apenas faz. Distribui amor, fé e simplicidade, o meu natal tem rosto, o meu natal tem nome: "Dona Maria Betânia"!


Karlinha Ferreira