11 de ago. de 2016

Regresso

É difícil raciocinar, manter a calma quanto tudo em você clama por celeridade, suplica por resultados. O tempo está passando depressa e o que sentimos é que a cada dia que termina, nos distanciamos mais de tudo aquilo que havíamos sonhado.
Nesses momentos não costumamos enxergar com clareza, é como se estivéssemos nos debatendo, apenas nos machucando, sem conseguir ir a lugar algum.
Aprendi que preciso respeitar minhas conquistas, que apesar dos fracassos, sempre voltei a ficar de pé e mesmo com a alma gritando de dor, de desespero, continuei seguindo. Buscando.
Às vezes supervalorizamos demais o que ainda não conquistamos e esquecemos de dar o mérito devido as coisas que são nossas, as vitórias que ninguém sabia que estávamos travando, mas nós sabíamos. É preciso parar de procurar motivos para nos auto sabotar, porque não há nada pior que auto sabotagem.
Quando a visão parece turva, quando não conseguimos enxergar o caminho, é preciso parar e voltar, lembrar das promessas que nos fizemos, lembrar das escolhas que foram feitas, e aprender a viver com o resíduo delas. As escolhas foram feitas por nós, o mérito ou a frustação são nossos.
Tendemos a acelerar quando estamos na ânsia de nos encontrar, mas vez por outra é preciso parar e deixar a vida seguir seu fluxo, as coisas irão acontecer no tempo certo. Apesar da ansiedade não há outra maneira de se chegar aonde se quer sem se mover, é vivendo que se vive, um dia por vez... aos poucos respeitando nosso tempo. A vida tem sua própria corrente, o que é pra ser nosso, chegará a nós.
Karlinha Ferreira

2 de ago. de 2016

Deixar ir

Às vezes o melhor que podemos fazer por alguém é deixa-lo ir. Não importa o quão gostaríamos que algumas pessoas permanecessem, porque a felicidade delas pode estar do lado oposto ao que nós estamos. Talvez a gente se esbarre lá na frente, quem vai saber?
Talvez nunca mais sejamos olhados da mesma forma, talvez sejamos aquela coisa que acontece um degrau antes da felicidade plena, do amor.
Fato é que nunca iremos saber na verdade. Apenas precisamos confiar nos nossos instintos e saber que a visão de algumas pessoas estando bem, realizadas, plenas, são o que precisamos enxergar, embora que tudo isso esteja bem distante do que havíamos sonhado.
Há separações que são apenas um tempo. E “há tempos”, que são verdadeira separação.
Na realidade a gente só sabe o que é o quê, quando acontece. É impossível calcularmos hoje. Apenas precisamos deixa-las ir, libertá-las e aguardar pelo tempo que a gente aguentar, ou simplesmente aprender a viver de outro modo, embora que aquela falta seja a última coisa que você sinta todos os dias antes de dormir.

Karlinha Ferreira