No dia que
você se foi meu coração parou por alguns segundos, minha respiração cessou e
tudo em mim desmoronou. Fumei uma carteira de cigarro, tomei várias doses de
Whisky e desejei que tudo em mim fosse refeito, mas não foi. Você era minha
parte sã, era quem dava asas a muitos dos meus sonhos e agora, bem, agora era
só eu, um coração fragmentado e uma dor insuportável... Não tive outra escolha
a não ser sentir tudo aquilo todos os dias, chorar cada lágrima que aquela
paixão merecia. Eu não contava os dias, perdi a noção de tempo você era o único
pensamento. Senti tanto, doeu tanto, chorei tanto... Até que sem perceber parei
de sentir, e eu já estava reconstruída, coração com uma cicatriz, porém
inteiro. Pude respirar e sorrir outra vez, quem disse que tudo passa não
mentiu. Tudo passou, inclusive você.
Esse é um blog do cotidiano... onde apresentará um ponto de vista bem particular acerca dos mais variados assuntos...
27 de dez. de 2016
21 de dez. de 2016
21-12-2016
Sobre
almas gêmeas...
Acredito
que trata-se de um reconhecimento de almas, elas não são idênticas, nem sempre
com os mesmos hábitos, porém, uma vez que se encontram é extremamente doloroso
se desconectar uma da outra. Não falo de separação de corpos, mas de ligação.
Ter
alguém para onde você sabe que pode voltar, alguém que acalenta, que é um pouso
e um lar, não precisam coabitar, mas precisam estar conectadas.
Não
tenho ideia de quantas vidas uma passa procurando pela outra, quantos corações
são partido e refeitos, mas a alma que pertencem uma a outra sempre encontram
um jeito de voltar, não importa quanto tempo leve. Quanta dor, quantos sorrisos
vazios, elas sempre voltam.
Os
defeitos podem ser gritantes, mas as qualidades são uma voz que ecoa durante o
infinito. Não há o que falar em se completar, elas são completas por si só,
apenas se somam, e o resultado é uma união perpétua. Independente de romances.
Almas
gêmeas nem sempre tem a ver com o amor romântico, mas com a cumplicidade,
entendimento e energia.Com o amor na sua plenitude. As almas se pertencem porque é assim que é. E assim
serão sempre.
Podem
casar-se, claro, ser enamoradas, mas serem simplesmente amigas ou tudo isso
junto. Um lar. O lugar que você se sente mais protegido e mais protetor.
Karlinha Ferreira
5 de dez. de 2016
05-12-2016
Hoje
não consigo dormir, estou fora de mim. Pensamentos tomam conta da mente e o
corpo reage, fica alerta, aceso.
A
cabeça dói, dói muito, segundo dia com ela assim. Tento pensar de maneira
ordenada, criar uma linha de pensamento, ou simplesmente esvaziar a mente e
dormir. Mas as tentativas são em vão. Estava em um período relativamente bom,
sem insônias, cambaleando às vezes.
Essa
madrugada não é como as outras, algo dói, algo inquietada parecendo uma
navalha, algo pressiona o peito, mas ainda assim é noite, ainda assim consigo
com esforço respirar.
A
noite está quente, mas o céu continua lá, e sei que enquanto puder olhar para o
alto e avistá-lo, estarei bem.
Karlinha Ferreira
21 de nov. de 2016
Gil
Ainda
sobre o tempo...
Ainda
mais importante do que vê-lo, ou senti-lo passar, é saber viver cada fragmento
que ele nos dispõe. Esse ano vem me mostrado o quão frágil e fugaz é a vida.
Muitos adeus foram dados, e isso mexe demais comigo.
Acordei
com uma saudade louca de conversar com Gil, o cara era demais, tinha uma
grandeza daquelas que é rara de encontrar em alguém. Ele apesar de ser
evangélico, de ter uma fixação por doutrinas da igreja. Nada disso nunca fez
com que ele julgasse, nunca o fez se sentir melhor ou pior que qualquer outro.
Jamais
li no Orkut qualquer coisa que deixasse alguém mal, por suas palavras. Ele era
o cara.
Lembro
que de Gil tive a oportunidade de me despedir, ele não era mais tão forte
fisicamente, mas nunca se deixou abater. Apesar da dor causada pelo Câncer, da debilidade,
seu sorriso e mansidão continuavam lá. Não sei se um dia existirá alguém como
ele. A expressão dele era sempre de fim de tarde, aquela expressão boa, que
fazia com que a gente se sentisse acolhido.
Já
faz tanto tempo mas sua falta nunca será amenizada. Você era grande demais, bom
demais, amigo demais... Os grandes jamais são esquecidos. Te amo, sinto sua
falta.
Ele
era bom demais para esse mundo, por isso foi levado depressa, é assim que tento
me convencer. Gil foi embora cedo demais...Meu amigo, meu amarelo, até a
próxima vez...
Karlinha Ferreira
15 de nov. de 2016
15-11-2016
É interessante como
cada um de nós tem uma percepção do tempo peculiar.
Para aquela pessoa que
está apaixonada, mas que o objeto do seu desejo não está na mesma frequência.
Enquanto esta pessoa espera, o tempo passa de forma desordenada e acelerada, é
segunda-feira, mas de repente já é mês que vem, e ela ainda continua pensando incessantemente
no ser amado.
Já para a outra pessoa
que está tentando uma nova conquista, é como se o tempo passasse em câmera
lenta. Ela conversa, manda mensagem, corteja e não se apercebe do tempo que
está passando, assim também o é para os enamorados.
As decepções às vezes
nos acorrentam, fazem com que paremos no tempo, sempre revendo o mesmo filme da
nossa vida. Inertes. Nos flagramos pensando no que poderia ter sido, mas não
foi. Em certos casos somos acorrentados por nossos próprios erros, por nossa
própria covardia. A nossa incapacidade de ter sido o melhor para quem amamos.
O que nos resta é
tentar sincronizar o tempo para que o rancor, a raiva e a incompetência sigam
seu fluxo normal.
Lidar com o que
poderíamos ter sido dói. Mas enxergar o leque de oportunidades daquilo que
ainda podemos ser, é libertador.
Kalinha
Ferreira
1 de nov. de 2016
01-11-2016
(Foto: Karlinha Ferreira)
Esse
ano não está sendo fácil em diversos sentidos. É difícil inclusive agradecer.
Mas hoje, depois de uma noite insone vislumbrando o céu, com a brisa fria típica da
cidadezinha do interior, senti-me grata. Essa gratidão, me fez prestar atenção
nas pequenas coisas que estão ao meu redor e que estou conseguindo manter.
Nada
tem me faltado, ao menos nada que realmente importe. Meu coração está cheio de
bons sentimentos, transbordando, e desejando o boas energias para as pessoas e o
universo. Peço que a calmaria invada os corações e que o olhar de cada um seja
direcionado a olhar o lado bom da vida. O lado ruim, é a nós imposto todos os
dias.
Que os bons ventos no cerquem e conservem nosso sorriso bobo!
Karlinha Ferreira
16 de out. de 2016
Espiritualidade e Homossexualidade
Certa
vez li algo que falava sobre amor e espiritualidade, relacionando esses fatores
com a homossexualidade. E o autor dizia que pessoas homossexuais poderia sim
ter uma vida com Deus, desde que deixasse seus impulsos e desejos de lado.
Me
pergunto, alguém pediu para nascer homossexual? Alguém se torna homossexual?
Alguém tem direito de escolha?
Ao
meu ver só há uma resposta para essa pergunta, NÃO!
Se
uma pessoa é heterossexual e pode namorar com alguém que sinta atração, com
alguém que ame e ter uma vida sexual e espiritual. Por que o homossexual tem que
abrir mão do amor para ter uma espiritualidade?
O
que vejo em muitas igrejas, templos... Religiões de forma geral é que, se você
for gay e tiver uma vida socialmente aceitável, tudo bem. Mas se você for gay e
quiser ser aceito em um ciclo religioso, isso custará tudo, sua dignidade, sua
espiritualidade, seu caráter, sua fé... Esse amor não é aceito.
O
que é aceito é que você, homossexual, use uma máscara, finja interesse por uma
garota, case com ela e, ou você vai pra cama com ela pensando em outra pessoa,
ou não vai pra cama com ela e acaba chegando há determinados limites, há a
depressão, há o adultério, há o peso que é lhe imposto além. E aquela garota
que você, homossexual, acha que fez bem em ficar com ela, acabou trazendo a ruína
para ela também.
Se
você não a procura, ela inexperiente, pensará que a culpa é dela, ela é mulher
e também está passível a se sentir atraída por alguém que lhe dê mais atenção.
Penso
que se cada pessoa vivesse o amor, apenas o amor, o mundo seria um lugar
melhor. Não existe amor mais feio ou mais bonito, o que existe é sinceridade,
verdade.
Não
acredito que uma vida de sofrimento e negação seja a vida que uma força
superior queira para qualquer um, pois Ele estaria sendo no mínimo injusto.
Poderiam
dizer que o ser humano não foi feito para ser feliz nesse mundo, eu discordo.
Acredito que as ferramentas para a felicidade estão aí, ao alcance de todos.
Apenas é preciso parar de ter medo e pensar que a espiritualidade que se almeja
está em lugar “a” ou “b”. E procurar fazer o bem, amar e buscar uma vida
íntegra. Integridade independe de religião.
Amor
é só amor. E há um amor plural. O seu modo de amar não é errado porque é
diferente!
Karlinha Ferreira
P.S. Após um amigo ler o texto
antes de ser publicado, me recomendou o filme “Prayers for Bobby” (Orações para
Bobby), assisti e amei, desidratei e recomendo.
3 de out. de 2016
04-10-2016
Estou
sinceramente assustada com o ano de 2016.
São
tragédias de todos os tipos, muitos adeus sendo ditos precocemente, muitas
pessoas que estão sofrendo, sendo invadidas e a única sensação que fica além da
perda é a impotência. E a única pergunta que vem à mente é: quem será o
próximo?
Já
deu para perceber que não há uma ordem, que não há idade, apenas a partida.
Apenas a dor. Sei que não estou sentindo tudo isso sozinha, mas há um turbilhão
de pensamentos que nos invade.
Só
almejo paz, sei que tudo tem um propósito, mas cabe a mim não entender, cabe a
mim sentir raiva, dor, mágoa. E um dia talvez entender.
São
vidas cheias de vida, são jovens, tão jovens. Deveríamos ter uma chance real.
Hoje não consigo enxergar.
O
que vejo são pessoas tentando estancar o sangramento (inclusive eu), para
continuar lutando. Embora pareça que não tenhamos chance alguma.
Está
doendo, está difícil. “Um dia por vez”, esse sempre foi meu lema e continua
sendo. Sobrevivi por mais um dia.
Acredito
que precisamos fazer o melhor que podemos, agora, não há tempo para ser bom
amanhã, não há tempo para realizarmos nossos sonhos amanhã. Nosso momento é
agora, é hoje. Façamos o que melhor sabemos fazer: viver!
Não
ter o controle assusta, mas viver uma vida sem arrependimentos é o melhor, se
preparar para perdoar amanhã, de nada vai adiantar se não pudermos chegar lá.
Se for pra partir, que a partida seja leve, seja desvinculada de qualquer coisa
que tire nossa paz.
Hoje
mais do que nunca tudo em mim clama por vida. Uma vida bem vivida, uma vida com
risco, paixão, intensidade, com amor e com compaixão. Uma vida onde eu escolho
me dar uma segunda chance, de ser melhor agora. E de conquistar o mundo, porque
ele é nosso!
Somos tão jovens!
Karlinha Ferreira
20 de set. de 2016
18-09-2016
Às
vezes quando estamos muito machucados, não queremos ferir ninguém, não queremos
nada, exceto a cura. Que a dor passe depressa para que possamos seguir. É
difícil quando esperamos mais de alguém. Mas ao mesmo tempo precisamos entender
que as pessoas são só pessoas, e que em alguns casos nem elas mesmas sabem o
dano que estão causando.
É
por isso que se curar, aprender e seguir o fluxo da vida é o melhor. Por
melhores que sejam as pessoas, elas sempre irão nos decepcionar, cedo ou tarde.
Mas o que acontece quando nos desarmamos e esperamos o inverso, esperamos que
elas nos surpreendam, mas não acontece?
São
apenas pessoas, pessoas que acertam e que erram como qualquer uma, mas confesso
que é péssimo quando esperamos mais de alguém.
Karlinha Ferreira
11 de set. de 2016
09-09-2016
(foto: Karlinha Ferreira)
Quando
não se sabe para onde ir o melhor é recuar, voltar ao ponto em que se iniciou
para que a clareza seja atingida.
Não é fraqueza admitir que não se
sabe o que fazer, principalmente quando a decisão que tomamos irá refletir no
resto de nossas vidas.
Sempre Falo que precisamos aprender
a lidar com o resíduo de nossas escolhas. Por isso é preciso saber exatamente
que direção tomar, certa vez li que quando
se sabe onde se quer chegar qualquer caminho nos leva até lá. Caminho.
Direção. Acredito que é isso que precisamos descobrir.
Quando dou um passo para trás é
apenas para pegar impulso para um salto, um voo ainda maior.
Serei o que quero ser, encontrarei
a melhor versão de mim e me agarrarei a ela com toda força do meu ser. Quanto
aos resultados... esses serão apenas resposta para todo esse turbilhão que quer
me sucumbir nesse momento, mas mostrará a firmeza e a força de quem soube
recuar e esperar o momento certo para concretização dos sonhos. Não será agora,
mas continuo acreditando que sonhos se realizam todos os dias. O meu se
concretizará no momento estipulado pela energia que rege o universo. Se não
hoje, com certeza amanhã ou depois.
Essa desesperança que às vezes
abate se tornará um combustível para o sonho que almejo todos os dias
incessantemente.
Persisto, mesmo que tudo em mim
grite por desistência. Persisto!
Karlinha Ferreira
6 de set. de 2016
06-09-2016
(Foto: Karlinha Ferreira)
Descubra
o que você quer ser e lute por isso. Não importa quanto tempo dure ou as
renúncias que você terá que fazer o mais importante é não nos perder. É claro
que isso acontecerá vez por outra, mas se soubermos quem somos sempre
conseguiremos encontrar o caminho de volta.
Sou
uma otimista implacável, gosto de pensar que sempre podemos ser melhores, que
aqueles sonhos que muitos dizem ser impossível é atingível sim, desde que não
desistamos.
A
grandeza que procuramos lá fora, está dentro de nós e temos a força e a aptidão
para chegarmos onde queremos, basta decidir buscar, buscar incansavelmente, não
importa nada que está fora, não importa o que dizem a conquista é sua.
Desistir
não foi feito para os grandes, e por menores que nos sintamos, somos gigantes,
esse mundo louco tem um modo desumano de nos destruir, ele é traiçoeiro, se
agarra aos nossos pontos mais frágeis. Por isso devemos insistir e mostrar que
nada ou ninguém pode ditar como devemos seguir.
Somos
loucos, mas só os loucos sabem viver. Sabem que vale a pena viver, mesmo que
tudo esteja contrário, só precisamos continuar acreditando. Uma hora a loucura
vira uma doce e invejável realidade.
Sempre
em frente, sempre pra cima, sempre buscando e se agigantando... Sempre voando
alto.
Karlinha Ferreira
11 de ago. de 2016
Regresso
É
difícil raciocinar, manter a calma quanto tudo em você clama por celeridade,
suplica por resultados. O tempo está passando depressa e o que sentimos é que a
cada dia que termina, nos distanciamos mais de tudo aquilo que havíamos
sonhado.
Nesses
momentos não costumamos enxergar com clareza, é como se estivéssemos nos
debatendo, apenas nos machucando, sem conseguir ir a lugar algum.
Aprendi
que preciso respeitar minhas conquistas, que apesar dos fracassos, sempre
voltei a ficar de pé e mesmo com a alma gritando de dor, de desespero,
continuei seguindo. Buscando.
Às
vezes supervalorizamos demais o que ainda não conquistamos e esquecemos de dar
o mérito devido as coisas que são nossas, as vitórias que ninguém sabia que
estávamos travando, mas nós sabíamos. É preciso parar de procurar motivos para
nos auto sabotar, porque não há nada pior que auto sabotagem.
Quando
a visão parece turva, quando não conseguimos enxergar o caminho, é preciso parar
e voltar, lembrar das promessas que nos fizemos, lembrar das escolhas que foram
feitas, e aprender a viver com o resíduo delas. As escolhas foram feitas por
nós, o mérito ou a frustação são nossos.
Tendemos
a acelerar quando estamos na ânsia de nos encontrar, mas vez por outra é
preciso parar e deixar a vida seguir seu fluxo, as coisas irão acontecer no
tempo certo. Apesar da ansiedade não há outra maneira de se chegar aonde se
quer sem se mover, é vivendo que se vive, um dia por vez... aos poucos
respeitando nosso tempo. A vida tem sua própria corrente, o que é pra ser
nosso, chegará a nós.
Karlinha Ferreira
9 de ago. de 2016
2 de ago. de 2016
Deixar ir
Às vezes o melhor que podemos fazer por
alguém é deixa-lo ir. Não importa o quão gostaríamos que algumas pessoas
permanecessem, porque a felicidade delas pode estar do lado oposto ao que nós
estamos. Talvez a gente se esbarre lá na frente, quem vai saber?
Talvez nunca mais sejamos olhados da mesma
forma, talvez sejamos aquela coisa que acontece um degrau antes da felicidade
plena, do amor.
Fato é que nunca iremos saber na verdade.
Apenas precisamos confiar nos nossos instintos e saber que a visão de algumas
pessoas estando bem, realizadas, plenas, são o que precisamos enxergar, embora
que tudo isso esteja bem distante do que havíamos sonhado.
Há separações que são apenas um tempo. E “há
tempos”, que são verdadeira separação.
Na realidade a gente só sabe o que é o quê,
quando acontece. É impossível calcularmos hoje. Apenas precisamos deixa-las ir,
libertá-las e aguardar pelo tempo que a gente aguentar, ou simplesmente
aprender a viver de outro modo, embora que aquela falta seja a última coisa que
você sinta todos os dias antes de dormir.
Karlinha
Ferreira
27 de jun. de 2016
Olhar-se
(Fotografia, Karlinha Ferreira)
Li
uma vez que conseguir se olhar de fora é uma das maiores conquistas que podemos
ter, que é neste caso o caminho mais claro para evolução.
Nesses
últimos dias estive tentando fazer isso, na realidade há alguns anos que tento,
mas ontem consegui ver as coisas com uma clareza nunca tida em outrora.
Vi
que sou responsável pelo que eu faço, pelo que sinto, e pelo que conquisto.
Responsabilidade esta, que também abrange as coisas que destruo nos meus
momentos de extremo egoísmo, de insensatez e estupidez.
Entendi
que não importa quão melhor eu queira ser, nada vai acontecer se eu não começar
o processo de mudança, começando sempre por dentro. Que não importa quão boa eu
pareça aos olhos dos outros, tenho que ter ciência do meu porão e dos fantasmas
que habitam nele. E que não importa o quanto alguns me achem má, tenho que
saber que não sou só o que pensam, que há tanto bondade quanto maldade, mas que
tento ser luz, embora às vezes, eu permita que algumas circunstâncias me
ofusque.
Que
posso errar, e vou errar, mas que tenho que tentar não ferir ninguém, mas se
ferir aprender a fazer com o menor número de pessoas possível, se curar, se
perdoar já é difícil demais para lidar com o perdão alheio que talvez nunca venha.
Ao
me olhar de fora vi ainda que meus sonhos são meus, e que ninguém vai poder
começar a realizá-los por mim, por isso preciso começar hoje, não dá para
deixar sempre para amanhã o que só eu posso fazer por mim. E que a melhora, a
evolução é um processo contínuo e lento, não posso me permitir retroceder,
embora esteja caída. É preciso erguer a fronte e continuar, continuar sempre. E
sempre em frente.
Há
coisas que ninguém poderá fazer por mim, e ser a pessoa que sonho ser é uma
delas.
Enxergar-se
de fora, esse é o início.
Karlinha Ferreira
27 de abr. de 2016
Inquietação
Aquela
tão familiar e íntima inquietação voltou a me atingir. Ela sempre vem na fase
que estou reexaminando os meus passos. Mesmo em movimento sinto que o meu
caminhar não anda na mesma frequência que a vida que eu tivera/quisera outrora.
É
como se eu estivesse a quilômetros de distância dos meus sonhos. Fico
insatisfeita rápido, a monotonia é uma morte lenta da qual tento fugir de
maneira gritante.
Olho
pro mundo e sinto o tanto de coisas que tenho para conquistar, que posso
conquistar, mas meus movimentos em direção a estas coisas são imperceptíveis
diante da minha inquietação.
É
algo que me tira o sono, me petrifica diante de tantos gritos internos. É como
se eu fizesse sinais, mas ninguém visse, é como se a outra parte de mim ficasse
inerte diante de tamanha agonia, essa agitação está ganhando mais espaço de
forma voraz, e não vejo a hora de só dar ouvidos a essa inquietação.
Agir
em busca dos nossos sonhos é a única forma de ser feliz e de se sentir bem
consigo mesma, a auto realização só chega a nós através do que fazemos por nós
mesmos, do nosso próprio esforço e suor.
Só
nós sabemos o tamanho que nossos sonhos tem, não podemos deixá-los morrer.
Ignorá-los seria como ignorar a própria vida.
Karlinha Ferreira
24 de mar. de 2016
O que você prefere?
As
pessoas são diferentes. Não sei o que fazer quanto as diferenças
gritantes, um dia alguém me disse: não
trate as pessoas como você gostaria de ser tratado, as pessoas podem ser
diferente. Isso nunca fez tanto sentido.
Mas
acredito piamente que em algo todos concordamos, ninguém gosta se ser escória
ou ser tratado como tal.Todos clamam por algo mais.
Aprendi
que é bom tratar as pessoas bem, aprendi a sorrir independentemente das
situações que me circundam. E percebi o quanto era prazeroso quando as pessoas
sorriam de volta. Vi que ninguém pode viver em uma bolha, cedo ou tarde elas
estouram, murcham ou te entediam.
Com
o tempo entendi que devemos atribuir a cada pessoa apenas o real valor que elas
tem nas nossas vidas, de forma emocional, isso nos preserva de desgastes.
Notei que fazer alguém se sentir mal jamais será uma forma de eu me sentir bem, e que todos estamos de alguma forma ligados, quer seja por boas energias, quer seja por energias negativas, de um jeito ou de outro sempre seremos atingidos, não há proteção perfeita, você terá que escolher um lado. Como você vai querer se ligar a alguém? A não ligação nunca foi uma opção. Talvez uma distração aos desavisados.
Notei que fazer alguém se sentir mal jamais será uma forma de eu me sentir bem, e que todos estamos de alguma forma ligados, quer seja por boas energias, quer seja por energias negativas, de um jeito ou de outro sempre seremos atingidos, não há proteção perfeita, você terá que escolher um lado. Como você vai querer se ligar a alguém? A não ligação nunca foi uma opção. Talvez uma distração aos desavisados.
Karlinha Ferreira
26 de fev. de 2016
Até a próxima vez...
Não tenho ideia de que merda está acontecendo esse ano. Parece que estamos sendo tragados um a um sem explicação. Somos todos tão jovens, há tanto para se viver, mas parecemos não ter chance, é uma luta diária dia pós dia, e no final, ninguém vence. Absolutamente ninguém.
Estou
cansada, meu corpo parece não obedecer, minhas emoções só querem que eu suma
por um tempo, na realidade elas imploram por isso, por paz, as dores vem de
todos os lados, pessoas dizendo adeus, pessoas que fizeram parte da nossa
adolescência, das nossas descobertas, da nossa história... Pessoas que estavam ali, e só pelo fato
de estarem, de sabermos que elas estavam, era bom... Mas aos poucos estão indo uma
a uma.
É
um senhor que crescemos admirando sua força, sua vaidade, sua esperteza, que
agora está preso a uma cama com sua mente sendo esvaída incansavelmente,
tirando sua sanidade, lembranças, tirando do seu corpo a virilidade, força,
energia e até as coisas mais simples como até mesmo a capacidade de se mexer.
É
um garoto com seus vinte e poucos talvez trinta anos, que deixa seu filho, seus
pais com a promessa de que voltaria, mas ele não volta.
São
dores que querem partir nossa alma, parece que nossa alma é pequena para saciar
tanta dor, tanta inconformidade, tanta revolta. É verdade que coisas ruins
acontecem todos os dias, mas não deveriam.
Hoje
me despeço de você Alexandre, Xande, nosso Xande... O garoto bonito de olhos
claros, sorriso sincero que ganhava a simpatia de todos, e todas as meninas
dessa cidadezinha. Vai com os anjos vai
em paz... Até a próxima vez...
Karlinha Ferreira
17 de fev. de 2016
Devaneios de uma mente insone
Olho
para esse céu estrelado em plena madrugada e a única coisa que me reconforta é
saber que dentre bilhares de pessoas no mundo há alguém que se sente exatamente
como eu.
Alguém
que embora algumas coisas deem certo, sente-se com um aperto por dentro, um nó
na garganta. Isso embora pareça egoísta diminui essa sensação de solidão que
consome, esses pensamentos que me angustiam, à ponto de não querer que a noite
acabe, mesmo que essa/essas pessoas estejam a quilômetros de distância, não
parece ser tão ruim ser solitário, porque de um modo estranho, não sou
solitária sozinha.
Hoje
entendo o porquê de algumas pessoas preferirem a dor física, ela te distrai do
que está realmente te matando por dentro.
Karlinha Ferreira
31 de jan. de 2016
2016
O
ano começou estranho, 3 mortes em menos de um mês, três pessoas conhecidas, não
vou incluir aqui pessoas que eu não conhecia, pois não saberia falar com
propriedade.
Três
pessoas se foram, um assassinato, um infarto e um suicídio. Tudo isso me entristece
sobremaneira, sei que “viver é Cristo, morrer é lucro”, mas se as pessoas forem
sinceras, ninguém quer realmente morrer, todos querem ver seus sonhos se
concretizando. Querem ver seus filhos, netos, querem prosperidade, felicidade,
acredito que é o que todos procuram.
Algumas
pessoas podem apontar para a pessoa do suicídio, eu poderia jurar que das três
a que mais gostaria de ser feliz seria esta. Ninguém acaba com a vida porque
quer, ninguém quer realmente morrer, algumas pessoas simplesmente não sabem
como lidar com o sofrimento, e a única forma que encontram é a morte.
Sinceramente não estou preocupada com o que diz textos sagrados de um milhão de
religiões diferentes, só me preocupo com a condição humana. E em como estão se
sentindo.
Gostaria
de não me importar com nada disso, de não ligar para esse mês. Mas está sendo
bem difícil de digeri-lo. Mesmo sem ter amizade de fato com a maioria, mas eram
pessoas do cotidiano, que cresci convivendo, que já troquei uma ideia, ou tomei
umas cervejas, ou fui para algum culto dirigido por ele.
Estou
cansada de ver tanta gente indo embora, quando começa um novo ano sempre
pensamos no que poderemos conquistar, esse ano está como um tapa para no
advertir do que podemos perder, não sei se a ideia é que valorizemos mais o que
já temos, ou que realmente sintamos essa dor rasgando nosso peito e dilacerando
a nossa alma, duas dessas pessoas eram poucos anos mais velhas que eu. Estou
sendo atingida de maneira brutal.
“...a morte de qualquer homem
diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por
quem os sinos dobram; eles dobram por ti.” (John Donne)
Karlinha Ferreira
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