27 de jun. de 2016

Olhar-se

(Fotografia, Karlinha Ferreira)
Li uma vez que conseguir se olhar de fora é uma das maiores conquistas que podemos ter, que é neste caso o caminho mais claro para evolução.
Nesses últimos dias estive tentando fazer isso, na realidade há alguns anos que tento, mas ontem consegui ver as coisas com uma clareza nunca tida em outrora.
Vi que sou responsável pelo que eu faço, pelo que sinto, e pelo que conquisto. Responsabilidade esta, que também abrange as coisas que destruo nos meus momentos de extremo egoísmo, de insensatez e estupidez.
Entendi que não importa quão melhor eu queira ser, nada vai acontecer se eu não começar o processo de mudança, começando sempre por dentro. Que não importa quão boa eu pareça aos olhos dos outros, tenho que ter ciência do meu porão e dos fantasmas que habitam nele. E que não importa o quanto alguns me achem má, tenho que saber que não sou só o que pensam, que há tanto bondade quanto maldade, mas que tento ser luz, embora às vezes, eu permita que algumas circunstâncias me ofusque.
Que posso errar, e vou errar, mas que tenho que tentar não ferir ninguém, mas se ferir aprender a fazer com o menor número de pessoas possível, se curar, se perdoar já é difícil demais para lidar com o perdão alheio que talvez nunca venha.
Ao me olhar de fora vi ainda que meus sonhos são meus, e que ninguém vai poder começar a realizá-los por mim, por isso preciso começar hoje, não dá para deixar sempre para amanhã o que só eu posso fazer por mim. E que a melhora, a evolução é um processo contínuo e lento, não posso me permitir retroceder, embora esteja caída. É preciso erguer a fronte e continuar, continuar sempre. E sempre em frente.
Há coisas que ninguém poderá fazer por mim, e ser a pessoa que sonho ser é uma delas.
Enxergar-se de fora, esse é o início.

Karlinha Ferreira

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