(Fotografia, Karlinha Ferreira)
Li
uma vez que conseguir se olhar de fora é uma das maiores conquistas que podemos
ter, que é neste caso o caminho mais claro para evolução.
Nesses
últimos dias estive tentando fazer isso, na realidade há alguns anos que tento,
mas ontem consegui ver as coisas com uma clareza nunca tida em outrora.
Vi
que sou responsável pelo que eu faço, pelo que sinto, e pelo que conquisto.
Responsabilidade esta, que também abrange as coisas que destruo nos meus
momentos de extremo egoísmo, de insensatez e estupidez.
Entendi
que não importa quão melhor eu queira ser, nada vai acontecer se eu não começar
o processo de mudança, começando sempre por dentro. Que não importa quão boa eu
pareça aos olhos dos outros, tenho que ter ciência do meu porão e dos fantasmas
que habitam nele. E que não importa o quanto alguns me achem má, tenho que
saber que não sou só o que pensam, que há tanto bondade quanto maldade, mas que
tento ser luz, embora às vezes, eu permita que algumas circunstâncias me
ofusque.
Que
posso errar, e vou errar, mas que tenho que tentar não ferir ninguém, mas se
ferir aprender a fazer com o menor número de pessoas possível, se curar, se
perdoar já é difícil demais para lidar com o perdão alheio que talvez nunca venha.
Ao
me olhar de fora vi ainda que meus sonhos são meus, e que ninguém vai poder
começar a realizá-los por mim, por isso preciso começar hoje, não dá para
deixar sempre para amanhã o que só eu posso fazer por mim. E que a melhora, a
evolução é um processo contínuo e lento, não posso me permitir retroceder,
embora esteja caída. É preciso erguer a fronte e continuar, continuar sempre. E
sempre em frente.
Há
coisas que ninguém poderá fazer por mim, e ser a pessoa que sonho ser é uma
delas.
Enxergar-se
de fora, esse é o início.
Karlinha Ferreira
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