16 de nov. de 2023

17/11/2023


(Fotografia: Nayla W.)

Somos ensinados que para amar muitas vezes precisamos esperar e em alguns casos até forçar a mudança no outro.

É como se sempre estivéssemos aguardando que as pessoas consigam ser menos elas para ser dignas do nosso amor. Hoje penso que amar vem muito mais de aceitar, sim, aceitar, aceitar o outro como ele é no seu melhor e no seu pior.

Sempre pensamos no tanto de gente que nos decepcionou. Mas esquecemos que, nós decepcionamos muito, e não raras vezes, é a nossa mudança que o outro espera. Que sejamos mais, mais gentis, mais fortes, mais decididos, mais amorosos, mais atenciosos, mais, mais... é sempre mais que temos que doar para caber.

Esquecemos que de tanto tentar ser mais, acabamos sendo menos. E de tanto querer na mesma medida que o outro mude, já nem reconhecemos mais a pessoa que “amamos”.

Caber para amar é uma discrepância, um contrassenso.

A aceitação, o conhecer a si mesmo, o notar até onde as características que formam o outro vai, e termos a clareza de, se conseguiremos lidar ou não com elas, sem exigir mais, sem querer que sejam menos. Esse conhecimento de si é o que nos dirá se conseguiremos amar as pessoas que entram em nossas vidas ou não.

Permitir que o outro seja exatamente quem ele é na nossa presença, sem medo, sem quaisquer intenções de muda-lo, é de longe a maior prova de amor.

Se alguém precisa mudar muito para ser digno de você, é porque não é. Ao menos é isso que se entende quando queremos transformar quem já está inteiro, mesmo lotado de tanta angustia e confusão. Por que se a gente olhar bem de perto, em algum momento (ou agora) somos a bagunça de alguém, e não querer arrumá-la também é amar.

Deixar o outro ser, se construir e desconstruir no seu próprio tempo. Ajudar é diferente de exigir.  Ficar e aguardar o processo do outro é opcional.

 

Karlinha Ferreira

 

7 de abr. de 2023

07-04-2023



 

O amor não é uma equação matemática. O amor chega de forma mansa e vai se instaurando até que sintamos como algo avassalador, do qual não consigamos viver sem.

Ele é cuidadoso, pesamos no objeto amado como algo que desejamos um bem maior, faz parte querermos esse amor para nós mesmos. Mas o que realmente diferencia esse amor de qualquer outro sentimento é que ficamos em êxtase sabendo que o ser amado estar bem independentemente da nossa interferência.

Não importa sermos correspondidos ou não, na realidade isso só ocorre com as pessoas mais sortudas do mundo: amar alguém e esse alguém te amar de volta.

Quando isso acontecer, apenas sorria e cultive esse amor.

É válido destacar que nem todo ser amado está pronto para amar. Amor requer maturidade. Amor é ser quem você é sem máscaras e amarras, é pedir aos céus para que você seja o suficiente.

Rilke certa vez escreveu: “Com todo seu ser, com todas as forças reunidas em seu coração solitário e receoso e acelerado, os jovens precisam aprender a amar.”

E ele tinha razão! Precisamos aprender a amar da forma mais pura e genuína que pudermos.

Antes de amarmos outra pessoa também é necessário nos prepararmos para sermos amados, e isso não pode acontecer até que esse amor venha de dentro, que nos amemos primeiro. Precisamos nos olhar no espelho e amar aquilo que vemos.

Pois, vejamos, dizemos que amamos outra pessoa que está do lado de fora, mas somos incapazes de amar aquela pessoa que está dentro. Soa absurdo!

O amor vem não apenas nas palavras, mas também nas pequenas ações, a preocupação com os detalhes, o pensamento livre de inveja e ciúmes. Amar não é para amadores. É um salto no escuro onde o ser amado pode ou não nos segurar, e que mesmo com essa incerteza você decide saltar.

O amor tem vários ciclos, mas se você prestar atenção todos são para a melhoria desse sentimento. O amor só exige que você use sua essência, para que você possa entra em contato com a essência do outro. Amar é universal, é um salto de fé que te liga ao mundo.

Karlinha Ferreira