27 de nov. de 2015

Agradecida




Hoje acordei com um sorriso mais leve, percebi que quando desejamos muito intensamente uma coisa e a ela nos dedicamos da forma certa, as coisas acontecem. Acredito que sonhos se realizam todos os dias, e chegou o dia do meu.
Não conceituo o ano de 2015 como um ano excepcional, na realidade está sendo um ano bem sofrido, apertado, mas de grande aprendizado. Aprender é chato, saber que você não está certa o tempo todo é um saco, sou gente, e gente do tipo que é orgulhosa e que odeia admitir o erro, porém, com a vida a gente aprende que muitas vezes é melhor apaziguar algumas situações do que provar que está certo. A vida se encarrega, e ela tem seu curso, estou aprendendo a respeitar.
Acordei grata, porque apesar de tudo, do pranto, da dor, da incerteza, da raiva... Aprendi a conseguir meu equilíbrio cortejando a insanidade[1]. Sou insana, sou sã, sou mulher, sou gente... E sendo simplesmente alguém revestido de erros e de alguns acertos, tento ser o melhor, porque embora viva uma dualidade constante entre ser quem almejo e ser quem sou.
Gosto de ter liberdade de ser, querer, conhecer e enveredar por onde eu quiser, ontem durante o juramento na OAB disseram algo importante, “lutem sempre pela liberdade”, me fez pensar nas mulheres de modo geral, nos negros, nas pessoas que lutaram e lutam para ter sua liberdade, ou melhor, o direito à liberdade, disse logo internamente, custou caro demais para permitir que alguém nos tire isso. Custou vidas, muitas, custa vidas todos os dias, e pensei na necessidade das estatísticas serem mostradas como tragédias, e dá ao peso de cada coisa o que ela realmente tem, são vidas sendo ameaçadas e tiradas todos os dias para garantir o meu direito de optar. De ser!
Estou grata, porque o peso nos ombros agora virou responsabilidade, e embora o mundo seja assim, do jeito que é, poderei fazer minha parte de modo mais expressivo, defendendo e lutando sempre pela coisa que está tatuada na minha alma, LIBERDADE!
Karlinha Ferreira


[1] Renato Russo

18 de nov. de 2015

13-04-2015






4:52h da manhã. Este ano ainda não havia visto o sol nascer, e ainda não vi, mas daqui para o final do texto isso com certeza vai acontecer. Mais uma noite insone, porém diferente de tantas outras que tive, sinto-me bem. Minha cabeça parece ter me dado uma trégua e os pensamentos apesar de acelerados, estão ordenados, diferente de dois dias atrás.
Gosto desse horário, da brisa gélida da madrugada, do silêncio, e do único barulho tolerável é o dos pássaros anunciando o início de um novo dia.
O céu está começando a mudar a tonalidade o azul que a pouco se confundia com o preto, agora está azul escuro, e consigo enxergar alguma coisa. A luz tem um poder descomunal, o céu está claro, não em sua totalidade, mas está e gostaria que esse clima perdurasse durante o dia.
Olho pro céu e vejo nele algo de místico, algo que eu pudesse olhar e fazer um pedido, pedir qualquer coisa, meio que em forma de oração. Nunca havia feito isso, mas hoje pedi, ando precisando de um pouco de atenção, e se eu for ouvida e se me derem importância só uma vez, terá sido suficiente.
Que o dia de hoje seja o primeiro de muitos em que seja feito a diferença e que o amor sempre se sobreponha à intolerância.
Karlinha Ferreira

3 de nov. de 2015

Gratidão




Os desavisados sequer a percebem...
Não fazem ideia da leveza que ela proporciona...
Tão pequena, tão distante, mas é minha salvação em noites como esta.
Seu olhar sobre mim através de um brilho no céu... Sinto sua proteção... Palpável apesar da doce delicadeza. Os menores gestos tornam-se gigantes diante daqueles que necessitam...
Obrigada!
Karlinha Ferreira