
Esses dias fez um ano que passei a dividir minha vida com Nayla. Que passamos a morar juntas, nos amamos, respeitando. Também somos duas pessoas em um apartamento de dois quartos tentando coexistir.
Eu sempre fui amante da madrugada e da solitude. Sempre aproveitei bem minha própria companhia. Mas agora somos dois/duas, e que surpresa boa foi me perder nas conversas dela e ela nas minhas, e ter a oportunidade de ver o sol nascer, e de fato nos surpreender, porque a conversa estava tão boa, eu estava tão em casa, que tudo tinha gosto de lar.
E lar e cais são o que tentamos ser uma para outra, não é fácil, mas é satisfatório poder dividir sonhos e saber que estamos caminhando na mesma direção. Esse lance de morar junto não vem com manual de instruções, por isso ficamos felizes com os acertos, e conversamos bastante quanto aos erros, somos novas nisso, mas ninguém está disposto a desistir. Não por uma questão de orgulho, e sim, porque o amor traz consigo a resiliência.
Ela sabe respeitar meu espaço e eu tento respeitar o dela, e vivemos, e continuamos a viver nos descobrindo, e sabendo que aquelas duas pessoas que embarcaram nessa “loucura” de morar juntas, “casar”, já mudaram tanto, e ainda conseguem se amar tanto. E percebo que é aí que tudo faz sentido, não nos contentamos em conquistar e lidar diariamente com a pessoa que conhecemos tempos atrás, mas sim a essas pessoas que estão mudando diariamente e tentando se amar e se respeitar com suas individualidades, medos e sonhos.
E como é bom sonhar contigo...
Karlinha Ferreira