Eu realmente estou meio anestesiada desde a morte de Ricardo, moleque jovem, cheio de vida e muita estrada pela frente aos 19 anos sem muito aviso se despediu de nós. E nem me recupero da pancada e Juninho também é arrancado de nós.
Eu nunca vou achar natural a morte dos jovens, sei que tudo isso remete a finitude, a mortalidade, a algo que nos lembra de que estamos todos a beira de um penhasco esperando apenas para sermos tragados.
Eu não tinha contato com Juninho recentemente, com Ricardo falei pouco menos de um mês antes de sua partida. Nessas horas admiro e invejo as pessoas que tem fé. Que acreditam em um reencontro.
Eu só acho injusto, injusto com a família, injusto com os amigos, e injusto para pessoas como eu que embora não tivesse um contato constante, apenas sentia prazer em saber que estavam todos bem, todos cuidando das suas vidas e vivendo a seu modo.
Pode ser um jeito egoísta de viver. Mas é um tantinho mais justo que toda essa bagunça desordenada que está acontecendo.
Sei que é um tanto mesquinho, quando tantos morrem diariamente e em como nós mesmos ainda que vivos, morremos um pouco todos os dias, muitas vezes em silêncio, outras gritando só para tentar chamar atenção de alguém para tentar amenizar sua dor.
Somos sozinhos. Felizes daqueles que encontram pessoas para desfrutar de alguns momentos na vida com você, alguém que mesmo morto nos faça querer viver. “viva de modo que o mundo não sinta prazer com sua partida”. Vocês deixaram saudades. Vão em paz...
Karlinha Ferreira
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