(Fotografia: Karlinha Ferreira)
Esse
começo de ano não foi nada fácil, por um instante pensei que iria enlouquecer.
Enxaquecas constantes, falta de ânimo, mas hoje algo me atingiu, palavras
sempre me ajudam.
“Sou senhor do meu destino, sou
capitão da minha alma”[1]
Não
sei por que me sentia tão mal, não sei o porquê da falta de perspectiva, a
falta de visão para um futuro diferente deste que me assombra. Mas o destino é
mutável, talvez o espaço infinito que nos cerque tenham vários infinitos que
nos levaram a algo mais, algo maior do que esperamos.
Sinto
medo, putz, como é difícil dizer isso em voz alta, mas sinto. Sinto medo da
frustração, medo de me tornar alguém que eu não conheça, medo da inércia, medo
de ser a única a não me mover.
Sei
que nem tudo é lógico, inclusive o medo, sei que não sou a pessoa que baixa a
cabeça para as situações, mas durante muito tempo estava sendo, e digo que isso
acaba hoje, serei além do que sou, e irei além do que sonho, pois sei que em
algum lugar de algum modo esse vazio enorme que sinto encontrará algo com seu
exato tamanho, e serei inteira outra vez.
É
complicado ser alguém “quebrado” porque muitas vezes nem lembramos do primeiro
golpe que nos atingiu, foi uma pancada tão forte que nosso consciente nos
obrigou a esquecer. A gente sabe que está quebrado, que te faltam partes quando
por mais inteiro e pleno que pareça, são apenas capas, lá dentro há um temor e
terror que assola, mas serei uma capitã para minha alma e passarei a buscar
aquilo que de fato me traz os mínimos instantes de paz, alegria e instiga.
Crescerei
e voltarei a crescer quantas vezes forem preciso. Navegarei pelo mar dos meus
sonhos e desse modo os conquistarei, um a um...
Parafraseando
Renato Russo: Às vezes quero ir pra algum
país distante, voltar a ser feliz.
Os
infinitos são conjuntos de finitos que vivenciamos no decorrer da vida, nossos
finitos podem se alinhar ao de uma outra pessoa e criar infinitos ainda
maiores. Bem como podemos navegar sozinhos e criar infinitos só nossos.
Karlinha Ferreira
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