O
medo às vezes tira de nós a possibilidade de vivermos momentos inexplicáveis.
Nos preocupamos tanto com a hora certa das coisas, com estar suficientemente
bem, que esquecemos que o principal é sentir.
Pode-se
construir uma vida com o mínimo de estrutura, mas você nunca poderá amar com o
mínimo de sentimento.
Se
jogar, saltar, mergulhar na energia que nos envolve, no sentimento que nos
paralisa. Aquele friozinho na barriga não será sentindo muitas vezes na vida,
sorte daqueles que sentem uma e sabem dar valor.
Se
preservar evita sofrimentos, mas também faz das nossas vidas um eterno
meio-termo. Nos preocupamos tanto em nos
ferir amanhã, que esquecemos de nos abrir para o mundo hoje.
Se
manter na defensiva sem dúvidas faz com que fiquemos sem cicatrizes, mas o que
vai nos lembrar que estamos vivos?
Precisamos
sentir o coração pulsar mais acelerado, na realidade precisamos aprender a nos
abrir para o amor, pensei em quanta gente legal já passou pela minha vida, e
pensei também em como deixei esvair pelos meus dedos sendo racional demais, ou
“livre” demais quando tudo que eu sentia era medo de me mostrar, me mostrar de
verdade, medo talvez da falta de contrapartida, então eu me tornei essa falta.
Tornei-me
a pessoa que sabe viver o momento, mas sem expectativas futuras, não nasci para
durar, disse tanto isso que em certo momento passei a realmente acreditar que
era verdade. Minha verdade!
E
as pessoas bacanas se foram, e sempre surgiam outras que estavam realmente
dispostas a ter uma vida comigo, a querer isso, algumas delas senti isso tão
ardentemente que dava meu jeito de recuar, ou fazia com que elas recuassem,
mostrando o pior, ou sendo convincente o suficiente para no final da noite está
sozinha novamente.
Com
algumas pessoas até insisto, mas quando percebo a seriedade, o confinamento...
É involuntário, corro para o sentido contrário.
Descobri
ontem que isso não é ter coragem, que não é saber o que se quer da vida, mas
apenas medo de me doar de corpo e alma... “Guardei sem perceber o desamor que
aprendi vendo os meus pais”.
É
preciso dar amor sempre, é preciso se doar independente do que o venha como
retorno. É preciso sentir!
Karlinha
Ferreira
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