Sou
insone. Não há muito o que se fazer, principalmente quando é uma noite tão
agradável, tão compreensiva e acolhedora.
Às
vezes não entendo o que está acontecendo, não tenho respostas apenas as
perguntas. Minha mente está barulhenta, desordenada, não desacelera, não
permite que eu descanse.
Vou
até o terraço e olho para o céu e vejo uma estrela serena, calma, doce, que
por um instante traz a paz que minha alma necessita. Sinto a brisa, fecho os
olhos, e minha mente começa a trabalhar novamente, agora de um jeito mais
sereno, como se soubesse que ali, na madrugada, ela pode ser livre, pensar o
que quiser, na velocidade que quiser.
Meu
corpo parece não conseguir acompanhar o ritmo da minha mente e tem diferentes
reações, mas não importa se será de alegria ou angustia. É noite e posso ser
quem eu quiser. Posso inclusive não ser ninguém desse mundo, desse plano, posso
vagar e sentir dores, euforia ou aquela velha melancolia que vez por outra vem
me visitar.
Gosto
da sensação de ser livre, a liberdade talvez seja o meu ponto mais forte e mais
fraco ao menos tempo. Mas disso não abro mão, ser livre, voar alto, ser quem eu
sou sem subterfúgios.
A
madrugada sempre terá isso de mágico para oferecer. E sempre estarei vagando,
entremeando nessa magia.
Karlinha Ferreia
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