Nesta manhã ao ler o texto “UM FUTURO VIVIDO” escrito por Suzana Guimarães, fui bombardeada por lembranças que estavam tão ocultas e que vivia como se elas não mais existissem, que aquilo me deixou inquieta. Lembranças que na mesma medida que me faziam lembrar de pessoas por quem me apaixonei, traziam a imensa incapacidade/impossibilidade que tive de ser amada pelas mesmas.
Lembrei-me de como gostaria que as coisas fossem diferentes, de como aquelas noites (depois de ter mentido para o mundo quanto ao que sentia) e datas doíam...
Lembrei-me que me esforçava bastante para esquecer, que o “não lembrar” era o melhor a se fazer. Que esquecer, que me desvincular era a melhor saída que o destino apresentava. Apesar do sentimento presente em meu peito ser grande demais, forte demais e complacente demais. Melhor mesmo era esquecer. Por que, por mais que persistisse nesse querer insano ou genuíno, já que minha inclinação para esse sentimento chegava a ser absurda, nesse caso, querer não era poder, lutar não era sensato, por que toda batalha pleiteada por um só homem tem como destino a derrota.
É Suzana, seu texto me fez lembrar também de como era bom sentir tudo aquilo, e que a tristeza do querer sozinha, não foi a única fase que meu coração viveu, que durante algum tempo ele também foi feliz, uma felicidade insana, passageira, mas tão intensa que ainda hoje posso visualizar em algumas tardes aqueles olhos castanhos claros que ao olhar em minha direção causava um rubor inexplicável, lembro-me também do nosso primeiro encontro onde ele havia preparado um cd com várias músicas que eu amava, músicas eletrônicas (eu de piercing na sobrancelha, aparentemente roqueira) e que depois que me conquistou, ja no terceiro encontro vi que só curtia Bruno e Marrone e seus derivados(faz medo! Rs), era tão gentil, tão amoroso, tão dono da situação, tão forte que de fato não entendia a resistência e o porquê de ter um fim, o porquê de ter sido daquele modo, até que decidir esquecer. Decidi continuar, uma das sequelas de um coração partido é o se fechar, é o não permitir que pessoas entrem e façam o mesmo, ao menos até nos curarmos e estarmos prontas para outra pessoa, para correr riscos.
Não lembrava (ou talvez só me esforçasse muito para não lembrar) disso há um bom tempo, até ser invadida nesta manhã por esse texto. Hoje, embora já não faça mais sentido algum, ainda assim pensei nas causas, e nos “porquês” sem respostas.
Aprendi a viver, hoje, mais forte, e mais prevenida por assim dizer, não se pode saltar no escuro e sair ilesa, aqui não se trata de fé, aqui se tratava tão somente das vontades das partes. Vontades unilaterais não constroem relações nem relacionamentos.
Estou bem, mesmo tendo sido pega de surpresa por tantas sensações que de um modo bem íntimo, doeu. E que mesmo sendo tão familiar, nesta manhã me soou estranho.
♫Estou aprendendo a viver sem você
(Já que você não me quer mais)♫
(vinte e nove, Legião Urbana)
Karlinha Ferreira
Karlinha,
ResponderExcluirHoje, eu desejei Feliz Aniversário a um amigo "virtual" e prometi a mim mesma que não faria mais nada por aqui, pois estou sem dormir bem e preciso descansar urgentemente (estou parecendo criança, querendo gritar de cansaço).
Mas, li teu comentário nos Blogs, no da Ana e no meu, e rolando a página de atualizações de amigos (por força do hábito)vi este teu post.
E cá estou eu.
No post da Ana, CASTEL E FLOR, deixei um comentário, que transcrevo abaixo. O tema era emoção, vida curta, eternidade...
"...nunca fugi da raia, nesse quesito, não, sempre dei a cara a tapa, sempre ousei. Fiz o que pude, se muito não aconteceu é porque a via dupla não estava bem uma avenida, apenas e tão-somente uma simplória via única onde eu passava sozinha."
Tuas palavras lá e aqui emocionaram-me, meus olhos se molharam, deu vontade de lhe dizer que é triste, mas é assim. Não se trata de fé (corretíssimo seu texto), mas sim de livre arbítrio. Creio em Destino, mas acredito também no direito de escolha, de opção. E, dentro dele, do destino, mora o nosso poder/direito de decidir sobre nossa vida.
Pode ser que eu não passava sozinha pela rua e sim acompanhada, tratava-se de uma mágica avenida. E eu, tolamente ou não, sempre acreditei que certos sentimentos são compartilhados, sim. A magia existiu, o calor, o amor, mas não foi possível continuar, e quem se foi tem os seus motivos.
O que eu preciso fazer (e acredito que seria muito bom para todos) é aceitar que "foi bom enquanto durou". E não negarmos isso em nós. Quem partiu foi o outro, quem não quis foi o outro. Penso que o ato de ficar negando, o esforço tremendo por esquecer é que piora tudo.
Besteira fechar porta e janela tão maravilhosamente abertas (mesmo que por curto espaço de tempo), simplesmente porque contra fatos não há argumentos e o fato é que você amou e tudo acabou porque o outro assim quis e não você. Você não pode negar a si mesma por causa do outro.
Desculpa o comentário longo, mas eu estou aqui, sentindo também.
Beijos,
Suzana/LILY
Oi Karlinha!!
ResponderExcluirPois eu também li o post da Suzana. Mexeu comigo muito.
E passei por aqui pra dizer que o seu texto TAMBÉM mexeu comigo. Escrito com vida, com sentimento. Lembranças... boas, ruins... mas nossas. Sempre nossas
Com carinho, beijos
Carla
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ResponderExcluirAmiga tudo nesta vida é curioso!!!
ResponderExcluirE nossos sofrimentos não deixam de ser menos curiosos ... incrível como vc simplesmente não consegue entender o porquê de ainda gostar tanto de algumas pessoas, se estas pessoas não nos fazem bem!!!
Mt estranho, kkkk, mas é a vida!
Teu texto me trouxe algumas recordações, além de ter me emocionado!
Parabéns pela sinceridade que sempre transmite!
=D
Tenho lembranças em tudo!
ResponderExcluirAs vezes sao bem doloridas mas outras valem a pena.
Ahh as lembranças...
Que texto profundo, senti cada palavra
ResponderExcluirabç
Existem lembranças que nos perseguem a vida toda.....belo texto...agradeço tua visita...tou adorando vir aqui....beijos
ResponderExcluirOi Karlinha! Estamos reflexivas hoje hein!
ResponderExcluirpensar nos por quês e em como teria sido sempre me causa uma avalanche de sensações, nem ruins e nem boas... estranhas.
É como (eu disse isso no meu blog hj) sentir saudade de um tempo não vivido e a saudade pr si só já é difícil de se definir, quem dirá os outros sentimentos que a acompanham...
bem, estive realmente sumida, está tudo bem, é que eu estou pensando...
bjO
how! e as provas? foi bem em todas? espero que sim hein mocinha! rsrs
ResponderExcluirbjO d novo
Maravilho texto!
ResponderExcluirÉ tão intenso relembrar dos momentos nos quais tivemos a certeza de uma breve felicidade amorosa
Creio que vc relatou bem nesse texto esses tais momentos intensos que vivestes =)
bjs
...tenho de dizer que muitas e muitas vezes, embora nem sempre tenha tempo de comentar, os textos de alguns de voces, meus colegas blogueiros me pegam no intimo e se não me emcionam , me alegram ainda um pouquinho mais...
ResponderExcluirNosa, karlinha, amei teu texto, tão verdadeiro e tão lindo quanto o da Suzana...que alias, é mestre em emocionar-me também!
bjossssssssss
Li e lembrei... Inclusive o texto de Suzana. Lembrei-me dos tapas com palavras, da casa construída, ao menos por mim, mas tudo se foi e agora mais afastada sinto apenas a tristeza pela lembrança do que poderia ter sido e não foi, mas gosto muito da frase de uma amiga minha que diz: "só sou responsável por aquilo que sinto" e completo: é sempre bom sentir, nos faz mortais e eternos, nos faz mais humanos, nos faz melhor! Beijão amarela!
ResponderExcluirP.S. Não sei pq tanta questão em me fazer lembrar?!!!!
Ninguém é insubstituível ... só faz falta quem está, até no amor.
ResponderExcluirO trecho de "Vinte e Nove" deu um quê especial ao post!
ResponderExcluirGostei...Lembranças que nunca se deve esquecer ;)
ResponderExcluirMuito obrigado :)
Gostei Muito Karlinha
ResponderExcluirtô de volta Visse
Cheguei aqui por acaso e gostei do que li. Normal, portanto, que eu me torne seu seguidor.
ResponderExcluirDesejo-lhe um Natal pleno de luz.
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