18 de dez. de 2024

13-12-2024

 


Em uma das minhas sessões com meu psicoterapeuta surgiu algo em que nunca havia pensado antes: qual o meu lugar de potência?

Eu tento pensar nas minhas virtudes, no fato de ser prestativa, de ser boa ouvinte, de colocar os interesses dos outros acima do meu (o que não é bem uma virtude), mas daí também penso no quanto sou errante.

Ele (o psicoterapeuta), falou acerca do meu romantismo, do quanto isso aparentava ser forte em mim, e verdade seja dita, eu sou uma pessoa que se move através das paixões preciso ser/estar apaixonada sempre, quer seja por alguém ou por algo, mas de fato apesar de ser errante a paixão, assim como o amor são sentimentos que me move.

Eu realmente sinto prazer em estar apaixonada, já falei diversas vezes que se pudesse optar em amar e ser amada, eu sempre escolheria amar. A doação, a entrega, aquele movimento que no flagramos acontecendo, assim despretensiosamente, é uma, senão, a melhor coisa da vida.

E quando ficamos mal, e temos a maturidade se nos transportar para esse lugar é algo que deixa tudo mais leve, mais tranquilo, acredito que seja liberado mais oxigênio, e é possível respirar melhor. Seria esse, o meu lugar de potência? Lugar onde existe amor? Lugar onde eu doe amor e me apaixone por coisas, pessoas e momentos?

O problema em tudo isso é quando esquecem da contrapartida do retorno, ou simplesmente de nos amarem de volta, ou quem sabe, quando faltam com a lealdade que nos foi jurada e prometida por tanto tempo, quando as verdades tornam-se mentiras, quando tudo que doamos se torna nada para quem recebe, porque cada um tem uma forma de sentir, e algumas pessoas, apenas não sabem amar.

Do Amor não abro mão. Apesar de ser errante! Sou apaixonada! Eu amo com tudo que posso e tenho. De fato meu lugar de potência é o amor.

 

Karlinha Ferreira

19 de nov. de 2024

12-11-2024

 


 

Eu realmente estou meio anestesiada desde a morte de Ricardo, moleque jovem, cheio de vida e muita estrada pela frente aos 19 anos sem muito aviso se despediu de nós. E nem me recupero da pancada e Juninho também é arrancado de nós.

Eu nunca vou achar natural a morte dos jovens, sei que tudo isso remete a finitude, a mortalidade, a algo que nos lembra de que estamos todos a beira de um penhasco esperando apenas para sermos tragados.

Eu não tinha contato com Juninho recentemente, com Ricardo falei pouco menos de um mês antes de sua partida. Nessas horas admiro e invejo as pessoas que tem fé. Que acreditam em um reencontro.

Eu só acho injusto, injusto com a família, injusto com os amigos, e injusto para pessoas como eu que embora não tivesse um contato constante, apenas sentia prazer em saber que estavam todos bem, todos cuidando das suas vidas e vivendo a seu modo.

Pode ser um jeito egoísta de viver. Mas é um tantinho mais justo que toda essa bagunça desordenada que está acontecendo.

Sei que é um tanto mesquinho, quando tantos morrem diariamente e em como nós mesmos ainda que vivos, morremos um pouco todos os dias, muitas vezes em silêncio, outras gritando só para tentar chamar atenção de alguém para tentar amenizar sua dor.

Somos sozinhos. Felizes daqueles que encontram pessoas para desfrutar de alguns momentos na vida com você, alguém que mesmo morto nos faça querer viver. “viva de modo que o mundo não sinta prazer com sua partida”. Vocês deixaram saudades. Vão em paz...

 

Karlinha Ferreira

16 de set. de 2024

16-09-2024


 

 

Muitas vezes o impulso que precisamos para chegarmos ao nosso objetivo/sonho, aos olhos dos desavisados parece mais que estamos regredindo que progredindo.

Mas assim como a flecha, que precisa ser puxada o máximo possível para trás, para acertar seu alvo de forma mais precisa, assim são algumas etapas da vida. É preciso recuar para alcançar o que se é desejado.

Não é seu papel fazer com que as pessoas entendam, é necessário aprender que na vida nem sempre (quase nunca), precisa fazer sentido para alguém, exceto para você.

Viver, às vezes, é barra pesada, mas seguir a intuição e ser sempre o melhor que se pode, é o maior desafio a ser encontrado. É aguentar firme e seguir, seguir sempre em frente. Embora o que pareça aos olhos dos outros seja que você esteja andando para trás.

Faça sentido pra você.  Confie na sua intuição e respire.

O percurso daqueles que almejam a grandeza é pesado, todavia, satisfatório.  Ser quem você é exceto você mesmo, estar confortável em sua própria pele, ainda é a melhor coisa que você pode fazer por você.

A felicidade vem em várias formas, e a régua que se usa para medir a felicidade e realizações do outro não é a sua. Respire, e por mais louco que seu sonho seja, ele ainda é seu, não desista da pessoa que você nasceu para agradar: Você!

 

Karlinha Ferreira

10 de set. de 2024

06-09-2024


(Fotografia: Nayla Wirlla) 


Hoje é um dia para comemorar o amor. O amor no seu sentido mais genuíno, aquele que vai além das crenças e do preconceito.

Um amor que faz com que mães e pais, embora não concordem com o que é "escolhido", optam por apoiar suas filhas e acolhê-las, mesmo que isso vá de encontro aos seus credos, porque afinal, o amor é universal. É a força que une todos os homens, é o sentimento que rege a vida daqueles que se permitem vivenciar uma experiência tão transformadora.

A gratidão não cabe no peito, e sei que ao aceitar a mim e a quem escolhi amar e ter na minha vida, é mais uma prova de amor e de respeito para com a pessoa que me tornei. Obrigada, sei que diante desse mundo tão polarizado e egoísta, desse mundo cão, sei que, por vezes é difícil amar.

Grata pelo amor e cuidado da minha família e da família que me acolheu. Grata a quem escolhi para compartilhar meus dias.

Ser mãe e pai é um trabalho contínuo, árduo... então, obrigada a todos vocês por não abrirem mão de nós.

Nos amamos e hoje amamos ainda mais vocês.

Karlinha Ferreira

26 de jun. de 2024

26-06-2024


 

“Uma vez amei, julguei que me amariam,
Mas não fui amado.
Não fui amado pela única grande razão —
Porque não tinha que ser”

(Alberto Caeiro)

 

Eu nunca vou deixar de acreditar no amor. Mesmo que meu coração pare de bater por instantes, mesmo que o suposto amor da minha vida seja apenas mais um amor. Eu não deixarei de acreditar.

Eu vejo algumas situações algumas vezes que vai de encontro a tudo que eu acredito, as pessoas falam sobre amor, sobre como é bom se sentir apaixonado, mas quando é para exercer esse amor, simplesmente não são capazes. Por orgulho ou ego.

Eu sei e concordo que, às vezes, somos machucados tão fortemente que é difícil até levantar. A dor dilacera a alma, simplesmente porque não fomos amados como nos prometeram que seríamos. Com a consideração, com o respeito e a empatia necessária. Na realidade o que mais dói é a promessa quebrada.

Mas ainda assim eu nunca deixarei de acreditar no amor...

Ainda que agora maculado, triste, decepcionado, meu coração sangra. Mas ao mesmo tempo, ele precisa respirar, desaguar, sentir tudo e deixar passar. Meu coração apesar de magoado continua crédulo e nunca vai deixar de acreditar no amor, bem como em segundas chances.

Karlinha Ferreira