Sei
que às vezes parece que somos espectadores, vendo nossa própria vida passando
diante dos nossos olhos. Não sabemos para onde ela está indo, sabemos que de
certa forma não fazemos parte, por que o que ecoa dentro de nós é diferente do
que assistimos.
Me
pergunto como sincronizar? Alinhar? Ainda não sei, sei que nossos sonhos tem um
papel fundamental nisso. Dizem que “não importa como morremos, mas sim como
vivemos”, concordo de certo modo com isso, morte é morte, é o fim de um ciclo
pelo qual todos passaremos cedo ou tarde.
É
importante deixarmos algo aqui que valha a pena, que sirva para alguém, se
nossa existência tiver sentido para ao menos uma, uma única pessoa, acredito
que não vivemos em vão. E penso além, se tivermos a sorte de deixarmos algo
bom, algo que faça com que o mundo fique um pouquinho mais suportável, então
fomos grandes.
Não
temo a morte, temo não ter vivido tudo que eu gostaria, temo não me arriscar o
bastante, temo ter sido infiel a mim e aos meus sonhos.
O
amor é algo difícil, dizem que é lindo que é fácil, mas nem sempre é, na
maioria das vezes passamos a vida aprendendo a amar de verdade, é quando
descobrimos que tantos “eu te amo” foram ditos em vão, sim, em vão. Se não
aceitamos o outro inteiramente, se queremos adequá-lo aos nossos moldes, amamos
a postura, a atitude, a etiqueta, não a pessoa. Todos nós somos mais fortes e
mais fracos do que pregamos. Mas assim como o amor, leva tempo para enxergar
tudo do jeito certo, e no final descobrimos que tudo é só um jeito, jeito de
ser, jeito de amar, jeito de se guardar.
É
necessário alguns saltos no escuro para lembrarmos que só se vive esta vida uma
vez. E ela clama por instiga, intensidade, amor, precisamos despertar...
Karlinha Ferreira