19 de fev. de 2014

Dia cinza

A agitação ás vezes quer tomar conta da minha mente, pensamentos ruins, sentimentos que não alimento, ou que procuro não alimentar.
Gostaria que minha mente encontrasse paz junto há esse dia cinza, gosto de dias assim, com pouco sol, com pequenas pancadas de chuva e clima ameno. Sinto-me bem, apesar da agitação inerente as realidades que me circundam.
Quando paro e penso em coisas boas sempre vêm pessoas na minha mente, os papos de quem ficou a madrugada inteira a cordada de quem enxerga o nascer do sol como algo que sela uma união, um laço... Penso também na noite, na chuva, mas em geral, pessoas estão presentes, ao menos hoje. Confesso que há dias que um pensamento bom é apenas uma madrugada insone, um bom livro, um computador e uma dose de whisky.
Não gosto de me perder, mas oscilar ás vezes é preciso para entender que nada é absoluto, nem mesmo nossos pensamentos, nossa postura ou até mesmo nossa matéria, tudo oscila todo o tempo, mas ouvi em algum lugar que é preciso manter a coerência. Ainda não descobri sobre o que seria essa coerência, se sobre o modo de oscilar ou sobre o modo de tentar permanecer, de tentar não mudar.
Gosto dos livros porque muitos deles não temem falar o que está dentro de mim, não usam pudor nem sentem receio, apenas colocam pra fora toda sua indignação e imoralidade, apenas dizem o que agita sua mente de forma íntima.
Hoje o dia está cinza e tudo que eu queria era poder te ver, talvez essa seja a base da minha coerência.


Karlinha Ferreira